20071123

CONVERGING DISENSUS

Livro que produzi com Patrick Imbert e Gilles Paquet sobre o dissenso convergente nas Américas, um continente que se entende pela diferença e está a caminho de construir uma cidadania associativa pela ampliação e integração de sua sociedade civil. O Canadá começou esta reforma com as sociedades civis de terceira geração, que reúnem todas as reivindicações diante de um Estado Parlamentarista fiscalizado. Os resquícios corporativistas estão sendo eliminados.
É o que argumentamos os três.
Edição da Universidade de Ottawa: 2006.Coordenação e organização muito inteligentes de Patrick Imbert. É dividido em três partes, além de uma Introdução, dada por Imbert.

Patrick trata de
Cultural changes and economic liberalism in Canada and in the Americas
(Mudanças culturais e lliberalismo econômico no Canadá e nas Américas)

Gilles Paquet desenvolve uma análise aprimorada sobre

Corporate culture and governance: Canada in the Americas
(Culturas corporativas e Governança: o Canadá e as Américas)

e eu trato de
America’s differentiated congregational citizenship:The development of
different fields of conscience as a condition for socio-economic transformation

(Cidadania congregativa diferenciada das Américas: desenvolvimento
de campos diferenciados de consciência como condição para transformação sócio-econômica)

O que visamos demonstrar de forma ampla, é que o liberalismo americano em geral tem formas de manifestação diferenciadas nos diversos recantos das Américas. Que tem formas de distribuição consensual também diferenciadas, e que isto ocorre segundo tempos sociais diferenciados conforme a formação cultural de cada região, pois o liberalismo demorou mais a acontecer em alguns lugares do que em outros.Que estes tempos estão encontrando convergências ao admitirem suas diferenças e tolerarem reconhecimentos diferentes de modos de atuar e produzir, já que existem capital social e competências nas comunidades também diferentes. Isto pode levar a uma cidadania bastante distinta da européia, que foi pautada por uma aristocracia contra a qual justamente todas as Américas se rebelaram no passado.Em toda a América sempre houve, mesmo em regiões de maior predominância de oligarquias e famílias de linhagens no comando do Estado, uma preferência pelo associativismo civil que reorganizasse o empreendimento social. O Canadá saiu na frente, ao definir uma cidadania em multiculturalismo e justamente aproveitar as diferenças como cuidadoso recurso de produtividade e capital humano para formar a social democracia do futuro.
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Sobre Imbert, ainda há algo mais a dizer. O autor vem produzindo ao longo dos anos alta qualidade com uma regularidade marcante sobre as Américas dentro de seu projeto de pesquisa na Universidade de Ottawa. Ele é voltado para as trajetórias interculturais e transculturais do continente.Seu trabalho atinge memórias longas, em ciclos provenientes do século XIX, reorganizando processos ocorrentes na Argentina e suas comparações com o Canadá. Também estudos comparados sobre a linguagem dos media de Brasil, Chile, Argentina, México, Canadá e Estados Unidos.
Um de seus melhores trabalhos foi a avaliação sobre a crença na vida como um jogo de “soma zero”, muito difundida no século XIX (também uma estratégia de política internacional no começo do século XX e na guerra-fria, entre as nações desconfiadas). No final dos anos 1960, e principalmente no ambiente de Alta Modernidade como o que assistimos, onde micro acordos localizados pós-modernos ampliam possibilidades contratuais, este quadro vai se modificando para o win-win (ganha-ganha) Organizou um texto que avaliasse como isto se desenvolveu especificamente nas Américas, principalmente dentro de três seculos da relação do Canadá com o continente americano.O texto está em inglês.
Canada: Three centuries in the Americas . University of Ottawa: 2005