20080218

Americanidade: o que diz Zilá Bernd

Zilá Bernd é internacionalmente conhecida por seu trabalho de pesquisa na Universidade Federal do Rio Grande do Sul em linguagens comparadas nas Américas, Literatura Comparada, Americanidade e identidade, estudos culturais e relações literárias interamericanas.Doutora pela Universidade de São Paulo com pós-doutorado em Montreal, trabalha com interdisciplinaridade em transferências culturais nas Américas e hibridação literária. É coordenadora do Grupo que com a participação de cerca de 100 pesquisadores do Brasil, França e Canadá acabou de conduzir pesquisa de dois anos na formação do Dicionário de Figura e Mitos Literários das Américas, a partir do Rio Grande do Sul, edição Tomo/UFRGS, 702 páginas, 2007(abaixo).

Tem 28 livros publicados como autora direta ou organizadora e 58 capítulos de livros publicados, estudando inclusive a negritude americana. De 2003 a 2005 presidiu o Conselho Internacional de Estudos Canadenses, em Ottawa.

Um trabalho especificamente voltado às Relações Americanas e a Identidade nas Américas é Americanidade e transferências culturais (Porto Alegre, Editora Movimento, 2003), do qual trago um capítulo em anexo, também apresentado na Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Letras.

Foi responsável pela edição de vários CD-ROM sobre temática das relações culturais e literárias inter-americanas, principalmente Transcultural translators; Mediating Race, Indigeneity and ethnicity in four nations (Rockefeller Center, 2003), e Figures et mythes littéraires des Amériques (Montreal: McGill 2005). Sua investigação partiu da heterogeneidade das literaturas, consciente de que a proposta de adesão a uma identidade continental pode corresponder a um anseio de afirmação identitária mais abrangente. "Como identificar-se a algo com tantas facetas onde convivem a riqueza e a pobreza, onde os desníveis econômicos e sociais são imensos e onde tantas culturas se mesclaram em diferentes momentos de sua história?" Estas questões fazem romper com os tradicionais pontos de referência étnicos, lingüísticos e nacionais que são os que, via de regra, criam entre os indivíduos a noção de pertença a uma comunidade.Há vantagens nisto, diz Zilá, observando que americanidade, americanité, americanidad, é uma outra identidade que é também o lugar de quem migra. Americanidade é a percepção de um sentido comum americano, apesar da grande heterogeneidade que caracteriza literaturas americanas e da constante movência de suas fronteiras culturais, trazendo uma preocupação comum: a de constantemente se (re)definir. No Norte, a noção de americano e americanização é imprecisa, e ao Sul da América, a busca por identidade desde o século XIX foi constante. O capítulo/artigo sobre Americanidade antecipa aspectos da sociedade híbrida e do dilema que se apresenta nos EUA, em

http://partnership.files.wordpress.com/2008/02/americanidade-e-americanizacao.pdf